Postagem em destaque

Nova plataforma!

Prezadas leitoras, prezados leitores, estamos com uma nova plataforma de conteúdo, lançada em junho de 2017. As reportagens são produtos tr...

Conic - Evangélicos enfrentam dificuldades e preconceitos

O Setor de Diversões Sul, mais conhecido como Conic, é um dos lugares mais ecléticos de Brasília. Quem caminha por lá, encontra uma grande diversidade de culturas. É possível encontrar bares, boates, lojas de produtos eróticos, entre outros, tudo isso junto e misturado com igrejas. Atualmente, seis igrejas evangélicas estão no Conic fazendo trabalhos de evangelização e levando mais pessoas a participarem de seus cultos. Apesar de serem igrejas diferentes, com algumas particularidades em suas doutrinas, todas trabalham com o mesmo fim e não há disputas de território entre elas. Para a Pastora Cléia, do Ministério Marca da Promessa, é uma alegria saber que outras igrejas também estão no local. “Eu fico muito feliz, porque somos um só corpo. No céu não vai ter placa de igreja. Estamos todos trabalhando em prol do Reino de Deus”, afirma ela.

Leia também: Conic - A "Faixa de Gaza" não é aqui
Conic - Uma igreja que acolhe os homoafetivos 
Conic - Pluralidade Religiosa 

Preconceito

 Procuradas pela equipe de reportagem do Esquina, a maior parte das igrejas não aceitaram falar sobre suas visões e ações no local. Um fiel de uma das igrejas evangélicas contou que eles precisam ter muito cuidado quando falam sobre suas missões, porque normalmente as pessoas distorcem e não entendem o real objetivo de estarem ali, e que, muitas vezes, isso acontece por preconceito.

Pastora Cléia conta que não é tão fácil abrir uma igreja lá: “Não foi só chegar de cara, ficamos um ano tentando entrar aqui. Esse prédio estava fechado há quatro anos. Duas igrejas já tinham tentado entrar e não conseguiram. Houve muita resistência, foi uma luta.” O prédio do Ministério Marca da Promessa, fica onde funcionava o antigo Cine Ritz, uma casa de filmes pornôs que foi fechada por denúncias de prostituição. “Era um lugar de destruição de lares, de bebedeira e de prostituição. Hoje é um lugar de testemunho de vida”, afirma Cléia.


Missão

A pastora Cléia faz trabalhos de evangelismo com o público do Conic /Foto: Ariane Petry


Quem passa pelo Conic facilmente encontra pastores e membros das igrejas distribuindo folhetos e abordando pessoas nos corredores. Isso acontece porque o foco maior das igrejas do centro são as ações sociais. “Nós cremos que as Igrejas têm que sair das quatro paredes. Mas não é fácil estar aqui, tem que pagar um preço, renunciar coisas. Hoje, eu poderia estar bem na minha casa, cuidando do meu bebê de três anos, mas tô aqui segurando placa”, conta Pastora Cléia, enquanto entrega folhetos. As ações sociais também envolvem outras dificuldades maiores, como o trabalho com drogados e prostitutas. A Pastora do Ministério Marca da Promessa, igreja que chegou há pouco tempo no local, falou que tirar pessoas dos seus vícios e problemas é uma missão que arde em seu coração, mas que não é uma tarefa fácil: “Não é só tirar a pessoa dali. Não é só dizer que ela está curada do seu vício. É um trabalho de libertação, de médio a longo prazo”. Clélia afirma também que é preciso ter muito amor às vidas e se doar totalmente a elas. 


            Apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelas igrejas locais, há uma satisfação muito grande dos pastores e membros ao ver que estão ajudando a mudar a vida de muitas pessoas ali: “Se não há luta, não há vitória. Sabemos que esses projetos nasceram do coração de Deus, e quando é Deus, nós tudo podemos”, confia Pastora Cléia.



Por Ariane Petry - Esquina Online