Postagem em destaque

Nova plataforma!

Prezadas leitoras, prezados leitores, estamos com uma nova plataforma de conteúdo, lançada em junho de 2017. As reportagens são produtos tr...

Conic - Consumo de crack diminui no local

Consumo diminui no Conic, mas aumentou em outras regiões/ Foto: Creative Commons
O Conic é conhecido por abrigar usuários de drogas, mas esta má fama diminuiu nos últimos anos.  Segundo o Procurador de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Território (MPDFT), José Theorodo Correia de Carvalho, o consumo de entorpecentes na região do CONIC reduziu, mas ele alerta para um novo ponto de consumo e tráfico. “Ocorreu uma migração dos usuários para o buraco do rato localizado no Setor Comercial Sul, ou seja, as pessoas não deixaram de consumir, apenas mudaram o local de uso.” Contou o procurar que se baseou nos processos que recebe do Ministério Público. 
Dados divulgados pela Policia Civil do Distrito Federal mostram a propagação do consumo do crack no Distrito Federal. De janeiro a setembro deste ano foram apreendidos 355,853 kg da droga, no mesmo período em 2013 foram recolhidos 148,936 kg . A análise dos números aponta um crescimento de 206,918 de um ano para o outro, o que significa um aumento de 138,9%.

Com base nos números de apreensões divulgados pela a polícia referente aos três primeiros trimestres de 2013 e 2014, além do crack, a maconha e o LSD também ganharam espaço no Distrito Federal. A maconha apresentou um aumento bem parecido com o do crack , de 136,6%, enquanto o LSD teve a propagação de 101%,9.

A cocaína como merla tiveram uma redução considerável na sua circulação no DF, a queda de 81,2% e 50,1% respectivamente. O número de frascos de lança perfume apreendidos diminuiu em 5.232 unidades em relação ao ano passado, o que significa uma diminuição de 99,2%, chegando bem próximo do grande objetivo de exclusão total deste tipo de droga.  O combate ao consumo do Ecstasy tem surtido efeito, apresentou uma redução de 97,7%, o que corresponde na redução de 2.121 comprimidos apreendidos.

Um limitação é a Secretaria de Segurança Publica do Distrito Federal não ter categorização das apreensões, por microrregião. Permitiria uma análise mais rica, para serem tomadas medidas que atendesse a especificidade de cada uma delas,  diminuindo o tempo demandado para ações e produzindo um resultado mais eficaz.

O Distrito Federal possui 16 Centro de Atenção Psicossocial, sendo 9 destes voltado para o atendimento dos dependentes do álcool e das drogas, sendo o serviço uma referência nacional. Dos 9 CAPSAD (Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas), o do Plano Piloto, o da Asa Norte e o de Taguatinga realizam atendimento 24 horas.

Segundo informações concedidas pela a Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal são realizado em média por mês, 11 mil atendimentos em todos os Caps . Estes contam com uma equipe formada por enfermeiros, clínico-geral, psiquiatra, psicólogo, assistente social e terapeuta ocupacional.

Ao serem questionados sobre o número de pacientes nos CAPS oriundos da região do CONIC, a Secretaria de Saúde informou que eles possuem dados específicos referentes aos usuários daquela localidade, pois eles não tem como saber de onde os usuários do serviço vêm.

Com base nos números fornecidos pela gerente do CapsAD do Plano Piloto Maria Garrido, de abril até o último dia 22 de outubro foram realizados 1500 atendimentos, destes  apenas 1,8% eram usuários de apenas crack, a grande maioria são usuário de álcool associado ou puro. Sendo que 35% dos usuários eram do Plano Piloto (Asa Sul / Asa Norte), fez questão de ressaltar que não tem como saber a localizada exata.

Maria Garrido informou que no período de julho a meados de setembro, a Secretaria de Saúde realizou uma ação integrada no Setor Comercial Sul, na qual foram atendidos 800 usuários de álcool e drogas. Eles eram morados de ruas, passantes e usuários que buscaram atendimento por conta própria.

A gerente ressaltou “as pessoas tem dificuldade de assumir a doença, isso acaba interferindo na adesão do tratamento, muitos usuários do crack aderem ao tratamento perfeitamente, mesmo estando em situação de rua”. A prefeita do Conic, Flávia Portela, contou que a  sete anos, uma ONG patrocinada por uma grande estatal  levou um projeto de ressocialização de dependentes químicos para dentro do Conic, “a gente sabia que isso não ia dar certo” destacou. Os meninos iam para lá, tomavam banho, tomavam sopa e depois saiam tocando o terror pelo Conic. Foi um período muito difícil. 

Por Luiz Flávio - Esquina Online