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Prezadas leitoras, prezados leitores, estamos com uma nova plataforma de conteúdo, lançada em junho de 2017. As reportagens são produtos tr...

Ondulados, cacheados e encaracolados

“Eu nunca saía na rua se meu cabelo não tivesse com chapinha ou alisado, então quando eu cortei e fui fazer as tranças, eu chorei na verdade, eu chorei no meio da rua”, Bruna Caroline depois de iniciar a transição capilar

Pelas ruas, é possível notar que mulheres que alisaram o cabelo com química durante muito tempo estão assumindo os volumes naturais. Os métodos são vários, mas esse processo de volta do liso ao cacheado original é chamado de transição capilar. Para muitas mulheres, a ação significa empoderamento, autoestima e aceitação. É o caso da Jessica Assaf e da Bruna Caroline. Acompanhe a matéria aqui.







Por Carolina Vieira 

Concurso Plus Size em Brasília expõe valorização de novas medidas

Modelos de tamanho maior dão a volta por cima e arrasam sob os holofotes. Mas o que não aparece nas passarelas é o preconceito que essas meninas sofrem por não estarem no padrão imposto pela sociedade. Luz, câmera e ação, que lá vêm elas!


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Galeria de fotos de Sharlene Leite produzida pela equipe do concurso Musa Plus Size.



No dia 23 de outubro acontecerá em Brasília a etapa do Miss Brasília Plus Size. Esse concurso é voltado para valorizar e ressaltar a beleza das mulheres que vestem o manequim a partir de 44. A primeira edição foi no ano passado, e a vencedora foi de Brasília: Camila Goulart, 32, manequim 48.  Ela ganhou uma passagem para Paris e um contrato de trabalho de R$ 10 mil, além de treinamento com aulas de passarela e coreografia. A primeira etapa do concurso acontece este ano em Brasília. A vencedora vai para a final em São Paulo. É um momento em que os holofotes se voltam para essa causa e a visibilidade do movimento Plus Size ganha a mídia. Sharlene  Leite, professora e modelo Plus Size, diz que vai participar do concurso, pois pretende continuar com a sua ideologia. Ela acredita que ser Miss é mais do que ser um rostinho bonito, é preciso ter conteúdo também e isso não depende de cor de pele ou de tamanho. Sharlene criou um blog para ter um espaço onde pudesse contar e discutir as vivências do dia a dia. A professora, que já participou da primeira e única edição do concurso presencial de musas de times de futebol plus size e venceu, conta no vídeo abaixo um pouco mais da história e das dificuldades, durante o concurso e na própria vida.





Gravação: Ana Tonissi




A professora entregou um projeto para o coordenador do time do São Paulo Futebol Clube com o intuito de fabricar blusas do time com um corte feminino, de tamanho maior. Ela afirma que as blusas grandes são sempre masculinas e não possuem caimento para um corpo feminino. Alega que, ao comprar a blusa do time, as femininas possuem apenas o tamanho "P". Durante a entrevista, Sharlene mostra como ela customizou a sua própria camiseta do time.





Gravação: Ana Tonissi

Sharlene Leite exibe com orgulho a faixa que ganhou no concurso de musa do São Paulo Futebol Clube 2016.// Foto: Ana Clara Tonissi

A professora afirma que é possível estar acima do peso e ecnontrar roupas com corte e caimento que favorecem as curvas.//  
Foto: Ana Clara Tonissi
Marilyn Monroe e Elisabeth Taylor fizeram sucesso nas décadas de 1940 e 1950 com seus corpos de curvas sinuosas. A mulher é dona do próprio corpo, entretanto sempre sofreu a pressão para adquirir o "corpo ideal". Mas o que é ter um corpo ideal? Para Indira Jéssica, 21, estudante de artes plásticas e fundadora do grupo Sereias Plus Size, o corpo ideal é aquele que te faz se sentir bem. O movimento Sereias Plus Size Brasília é voltado para meninas da região, que estão acima do peso, e que tem o objetivo comum de compartilhar experiências, relatos de preconceito e dicas de moda maior. A estudante, e uma amiga, Aline Ramos, são as idealizadoras e fundadoras do grupo. Para fazer parte do movimento, a interessada deve entrar em contato com uma das criadoras do grupo ou conhecer alguma participante para fazer a indicação. Manoela Oliveira, 20, também estudante de artes plásticas e integrante do grupo Sereias, conta a experiência do preconceito, "vivenciei de diversas formas. Por ser lésbica e por ser gorda. Nunca fui desejada. A autoestima sempre esteve no pé. Eram apelidos, comentários e você sempre é preterida a qualquer outra pessoa que se encaixe num padrão. É você ir numa loja e ver uma roupa que deseja e ter que ouvir que não existe pro seu tamanho. É ter que escutar 'nossa você é linda de rosto, mas é gorda'. O preconceito é algo presente".   
A estudante conheceu o Sereias Plus Size por meio de uma amiga que a indicou para participar do grupo. Manoela conta que, no momento em que ela se aceitou, passou a aprender a se amar como é, parou de correr atrás do padrão ao qual ela não pertencia e acabou com as dietas malucas. " A minha vida mudou, porque deixei de viver pros outros e vivo só pra mim", comentou a estudante. Algumas mulheres não se aceitam como elas realmente são e isso acarreta diversos problemas físicos e psicológicos, como anorexia e bulimia. O padrão de beleza atual são mulheres que usam um manequim 38 e que, por vezes, estar magra não é sinônimo de uma vida saudável, levando pessoas a se questionar sobre essa forma que é considerada “perfeita”.

Alerta

A saúde dessas mulheres que estão acima do peso deve ser acompanhada por nutricionistas e endócrinosUma pesquisa feita em 2015 pelo Ministério da Saúde mostra que 52,5% da população brasileira estão acima do peso e que 17,9% são obesos. Para o Dr. Osmário Salles, endocrinologista do Hospital Aliança, o combate a esse mal é mais simples do que se imagina. “O maior remédio na medicina se chama exercício. Com a prática de meia hora podemos evitar uma série de doenças que vem atrelada a estes hábitos, como a diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer”. Segundo o médico, é possível estar com sobrepeso e ser saudável, e uma pessoa magra não necessariamente é sinônima de saúde. O médico deixa claro que é fundamental a presença de um especialista e um acompanhamento nutricional.  Uma página do Facebook chamada "Empodere duas Mulheres" divulgou este ano uma campanha produzida pela marca de cereais Special K, com a finalidade de encorajar as mulheres a mudarem as perspectivas do que é considerado "perfeito". A mensagem central do vídeo é " E se fôssemos mais gentis com nós mesmas?", assista a seguir:





Confira a matéria para o Jornal Esquina na versão impressa:























Ana Tonissi

Concurso Plus Size em Brasília expõe valorização de novas medidas.


Modelos de tamanho maior dão a volta por cima e arrasam na frente dos holofotes. Mas o que não aparece nas passarelas é o preconceito que essas meninas sofrem por não estarem no padrão imposto pela sociedade. Luz, câmera e ação que lá vem elas!

Em outubro, a etapa da Miss Brasília Plus Size, chamou, de forma especial, a atenção do público. Este concurso é voltado para valorizar e ressaltar a beleza das mulheres que vestem o manequim a partir do 44. A primeira edição do concurso foi ano passado e a vencedora foi de Brasília. Camila Goulart, 32, manequim 48.  Ela ganhou uma passagem para Paris, e um contrato de trabalho de R$ 10 mil, além de treinamento com aulas de passarela e coreografia. A primeira etapa do concurso acontece este ano e será em Brasília.

É um momento em que os holofotes se voltam para essa causa e a visibilidade do movimento Plus Size ganha a mídia. Sharlene  Leite, professora e modelo Plus Size, diz que vai participar do concurso, pois pretende continuar com a sua ideologia. Ela acredita que ser miss é mais do que ser um rostinho bonito, é preciso ter conteúdo também e isso não depende de cor de pele ou de tamanho. Sharlene criou um blog para ter um espaço onde pudesse contar e discutir as vivencias do dia-a-dia. A professora que já participou e venceu da primeira e única edição do concurso presencial de musas de times de futebol plus size, conta no vídeo abaixo um pouco mais da sua história e suas dificuldades durante o concurso e na própria vida.











A professora entregou um projeto para o time do São Paulo Futebol Clube com o intuito de serem fabricadas blusas do time com um corte feminino, de tamanho maior. Ela afirma que as blusas de maiores, são sempre masculina e não possuem caimento para um corpo feminino. Alega que ao comprar a blusa do time, as femininas possuem apenas o tamanho "P". Durante a entrevista, Sharlene mostra como ela mesmo customizou a sua própria camiseta do time.






Sharlene Leite exibe com orgulho a faixa que ganhou no concurso de musa do São Paulo Futebol Clube.

A professora afirma que é possível estar acima do peso e encontrar roupas com corte e caimento que favorecem as curvas. 
Marilyn Monroe e Elisabeth Taylor fizeram sucesso nas décadas de 40 e 50 com seus corpos de curvas sinuosas. A mulher é dona do seu próprio corpo, entretanto sempre sofreu a pressão para adquirir o "corpo ideal". Mas o que é ter um corpo ideal? Para Indira Jéssica, 21, estudante de artes plásticas e fundadora do grupo Sereias Plus Size, o corpo ideal é aquele que te faz se sentir bem. O movimento Sereias Plus Size Brasília é voltado para meninas da região, que estão acima do peso, e que tem o objetivo comum: compartilhar experiências, relatos de preconceito e dicas de moda maior. A estudante juntamente com uma amiga, Aline Ramos, são as idealizadoras e fundadoras do projeto.  
Para participar do grupo é necessário uma indicação de um membro participante ou uma solicitação para as administradoras. 

Para Manoela Oliveira, 20, também estudante de artes plásticas e integrante do grupo Sereias,  conta a experiência do preconceito, "vivenciei de diversas formas. Por ser lésbica e por ser gorda. Nunca fui desejada. A autoestima sempre esteve no pé. Eram apelidos, comentários e você sempre é preterida à qualquer outra pessoa que se encaixe num padrão. É você ir numa loja e ver uma roupa que deseja e ter que ouvir que não existe pro seu tamanho. É ter que escutar "nossa você é linda de rosto, mas é gorda". O preconceito é algo presente".  

A estudante conheceu o Sereias Plus Size através de uma amiga que a indicou para participar do grupo. Manoela conta que no momento em que ela se aceitou passou a aprender a se amar como é, parou de correr atras do padrão que ela não pertencia e acabou com as dietas malucas. " A minha vida mudou, porque deixei de viver pros outros e vivo só pra mim" comentou a estudante. Algumas mulheres não se aceitam como elas realmente são e isso acarreta diversos problemas físicos e psicológicos, como anorexia e bulimia. O padrão de beleza atual são mulheres que usam um manequim 36/38 e que por vezes não são reflexos de uma vida saudável, o que leva pessoas a se questionarem sobre essa forma que é considerada “perfeita”, já que elas próprias não se sentem representadas por essas modelos.


Alerta

Apesar de estarem acima do peso, a saúde dessas mulheres devem ser acompanhadas por nutricionistas e endocrinos. Uma pesquisa feita em 2015 pelo Ministério da Saúde mostra que 52,5% da população brasileira estão à cima do peso e que 17,9% são obesos. Para o o endocrinologista Osmário Salles, o combate a este mal é mais simples do que se imagina. “O maior remédio na medicina se chama exercício. Com a prática de meia hora podemos evitar uma série de doenças que vem atrelada a estes hábitos, como a diabetes, hipertensão e até alguns tipos de câncer”. Segundo o médico, é possível estar acima do peso e ser saudável, e uma pessoa magra não necessariamente é sinônima de saúde. O médico deixa claro que é fundamental a presença de um especialista e um acompanhamento nutricional. 



Confira a matéria na versão impressa.
Ana Clara Tonissi








Abandono artístico

Fechado desde o início de 2014, o Teatro Nacional sofre com o descaso. Ratos, tapumes e lixo viraram "decorações" do local. Depois de uma vistoria do Corpo de Bombeiros e uma  determinação do ministério público o teatro ainda espera uma ação do governo para que volte a funcionar. Segundo a Secretaria de Cultura, alguns esforços estão sendo realizados. Leia aqui a matéria.


Confira a matéria feita para o esquina:


Programa de intercâmbio é oferecido a estrangeiros no Brasil



Estatisticamente, os cursos mais procurados são Letras, Comunicação Social, Administração, Ciências Biológicos e Pedagogia.
O Programa de Estudantes-Convênio de Graduação (PEC-G) foi criado em 1964 devido à grande vinda de imigrantes que se observou no país naquele ano. Havia a necessidade e a percepção de favorecer uma unificação entre as condições do intercâmbio estudantil e garantir que houvesse o mesmo tratamento aos estudantes por parte das universidades. O PEC-G, que é administrado pelo Ministério das Relações Exteriores, é regido por um Decreto Presidencial de n. 7.498, publicado em 2013. Atualmente, 57 países são contemplados pelo programa de intercâmbio, países esses que têm acordos de cooperação educacional, cultural ou científico-tecnológica.










O haitiano Gener Pierre-Louis, 20, quer seguir os mesmos passos da mãe, tornar-se dentista. Uma única diferença vai haver entre os dois: ele, ao contrário dela, vai se formar no exterior. O destino para o qual ele está rumando é São Paulo, em busca de formação odontológica na Universidade de São Paulo (USP). “Este curso dá muito dinheiro, né? (risos), ser dentista é uma coisa muito massa. USP é a melhor universidade na América do Sul. No Haiti eu não tive essa oportunidade porque as universidades daqui do Brasil são melhores do que as do meu país, não são todas, mas quase todas”, diz ele. Gener lembra que não terá o primeiro contato com a odontologia quando tiver a primeira aula em São Paulo. “Já fui assistente de dentista dela e trabalhei com ela, porque ela tem clínica própria dela, trabalhava com ela todos os dias. Conheço muitas coisas”, ele é rápido em apontar. Assim como Gener, Jean Nerestan, 21, também vem do Haiti, e é outro contemplado pelo programa do Governo Federal. Ele vai estudar no estado de Goiás e pretende se tornar engenheiro. Os dois estudantes são amigos e moram no mesmo lar no Riacho Fundo I. Assim, os dois mantêm o laço cultural do país de origem deles.

Gener Pierre Louis. Foto: arquivo pessoal.



Historicamente, o continente africano é lugar de origem da maioria dos beneficiados pelo PEC-G. O estudante Framck Assemian, 24 anos, percorreu uma distância de 5.659,65 km para chegar aqui. Vindo da Costa do Marfim, o jovem vem de um país em que apenas 24 marfinenses participaram do PEC-G nos últimos 16 anos. Ele, que vai estudar nanotecnologia, explica que o que pesou na escolha foi que o programa é gratuito e que o Brasil “está em desenvolvimento, as faculdades no Brasil são bem reconhecidas no mundo, então eu escolhi o Brasil pra estudar e ter formação estrangeira também”, afirma. Embora não tenha se acostumado à nova cultura, ele fica com a companhia de amigos africanos, que são de diversas nacionalidades, como é o caso do estudante Donald Akpo, 21 anos, de Benim.

Primeira vez em que pisa em solo sul-americano, Donald tem gostado de conhecer o país. “O Brasil é um país quente, tem muitas nacionalidades em Brasília, e eu amei esse lado dele”, diz, acrescentando que há também o lado negativo que é o racismo. No início da jornada no país, há sete meses, uma das maiores dificuldades, segundo ele, era com a língua portuguesa.  “Eu já falava mais ou menos inglês, mas era só pra melhorar um pouco. Entretanto o português é completamente diferente, eu não falava português, agora já falo português e fazendo cinco, seis anos de engenharia eu vou superar esse português. E eu vou fazer contatos aqui, aqui é um carrefour (ponto de encontro) de nacionalidades e isso com certeza vai me abrir portas pras pessoas conhecidas que eu vou ter no futuro. Aí tudo isso conhecer também o Brasil, país do futebol, é um país cultural”, reconhece.


Donald Akpo. Foto: arquivo pessoal.

Ele ficou sabendo da oportunidade de intercâmbio por meio de um amigo. Uma ótima notícia para o jovem cujo intuito é estudar Engenharia de Petróleo, na Universidade Federal Fluminense, em Niterói. “Eu pesquisei e vi que o Brasil é um grande produtor de petróleo e isso vai me ajudar bastante porque vou fazer aulas no Rio de Janeiro, que é a maior parte onde tem exploração de petróleo. E isso vai me ajudar porque eu tô perto do mercado de trabalho, aí ajuda para os conhecimentos”, diz ele. Morando na cidade do Riacho Fundo I, ele tem acesso ao passe livre estudantil e recebe ajuda dos pais para os mantimentos do dia a dia. “Sem eles não poderia viver porque agora eu não tenho a possibilidade de ter bolsas e tal, vou ter que começar as aulas primeiro e eu tô querendo terminar com isso pra começar a ter as bolsas”, afirma.

Ouça o relato de Donald Akpo:




Confira a versão impressa desta matéria:
Por Jaderson Rodrigues

Apesar de onda de manifestações, jovens abrem mão do voto

Segundo dados do TSE, o país não tinha um declínio tão grande de eleitores na faixa de 16 e 17 anos desde 1992

As eleições municipais deste ano contam com 144 milhões de eleitores em condições de votar, e 2,3 milhões desse eleitorado (1,61%) têm entre 16 e 17 anos. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é a menor proporção de jovens com voto facultativo desde 1992. “Em minha opinião o cenário político brasileiro está melhorando, mas as mudanças ocorrerão a médio e longo prazo”, explicou Jaqueline Mendes, estudante de Direito e tinha 16 anos na eleição passada. “Preferi não votar em 2014 e esperar pelas próximas eleições, já que eu teria mais conhecimento e uma opinião formada”.

Total de eleitores com 16 e 17 anos, em porcentagem

De acordo com dados do TSE, a região que conta com o maior número de eleitores é o Sudeste, com 64 milhões de pessoas, sendo que 592 mil são menores de 18 anos. Na contramão desses números vem o Centro-Oeste, com o menor eleitorado, cerca de nove milhões, sendo que apenas 145 mil são jovens nessa faixa etária. “Não votei nas eleições de 2014 porque pra mim o voto não era obrigatório”, pontuou o estudante Daniel Astuti. “Hoje eu já não penso assim, inclusive me arrependo de não ter votado, porque agora eu sei a importância desse exercício de cidadania”.

A cientista política Tatiana Ribeiral disse que alguns fatores precisam ser analisados para essa queda brusca. “Há uma queda demográfica de jovens nesta faixa etária no Brasil. A população está envelhecendo. O eleitorado ficou mais velho desde o último pleito eleitoral”. A participação de eleitores de 16 a 34 anos em relação ao total caiu 7,6%, enquanto a de eleitores com 35 anos ou mais aumentou 5,4%. Apesar dessa queda devido ao envelhecimento da população, temos também outros motivos para esse declive. “De fato, há no Brasil um menor interesse dos jovens em tirar o título de eleitor e votar pela primeira vez. Somente 33% do eleitorado na faixa etária entre 16 e 17 anos tirou o título. Em relação a 2012, esse índice foi de 42%”, completou.

Enquanto a relação jovem e política formal parece abalada, o interesse geral na participação política não tem diminuído. “Hoje já sou mais antenada para as questões políticas, procuro pesquisar mais sobre o assunto e com tantas mudanças ocorrendo no governo não pude deixar de me envolver”, conta Jaqueline. Desde 2013, as manifestações e os movimentos sociais têm atraído os jovens para o debate público. “Para citarmos um exemplo, o movimento secundarista e as ações de ocupação das escolas públicas no Brasil foram crescentes desde 2013. Estas ações que se iniciaram no estado de São Paulo, atingiram dezenas de capitas pelo país”, concluiu Tatiana.

Manifestações

No dia 6 de junho de 2013, jovens se reuniram na Avenida Paulista e em vários outros cantos do país para reivindicar melhorias, e deram o pontapé inicial a uma série de protestos pelo país. “A experiência de 2013 foi bem marcante por ter sido minha primeira vez em manifestações e por ter sido um momento de muita efervescência no cenário político brasileiro”, disse Daniel, que tinha 16 anos na época. Pouco mais de três anos se passaram e, ao contrário do que todos esperavam, o cenário político brasileiro caiu no conceito dos jovens e deixou a desejar para eles. “Essa experiência também me deixou desmotivado, pois muitas pessoas compareceram por comparecer, ou por outros motivos, o que acabou enfraquecendo o movimento e fazendo com que as causas se perdessem”.

Manifestações contra a posse do presidente Michel Temer fecharam a Avenida Paulista
Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja

A Justiça Eleitoral, em parceria com a UNE, tenta conscientizar esse eleitorado, aproveitando o momento do país, com mobilizações que conquistaram a opinião pública e debates a respeito do rumo que o Brasil está tomando. “Minhas perspectivas para a política no Brasil são bem pessimistas para ser bem sincera. Esse lance de presidente interino e impeachment são coisas novas para mim”, explicou Thais Fernandes Maciel, estudante de Letras. “Em 2014 eu tinha 16 anos, não me sentia inclusa nesse ambiente na época e achei que meu voto seria de mínima relevância”. A campanha “Se Liga 16! Conquiste mais esse título para o Brasil” foi lançada nacionalmente com a esperança de renovar a força de jovens como a Thais, que chegam em 2016 com pouca fé no cenário político nacional.

“Os partidos políticos têm discursos e formas de abordagem, em geral, pouco atrativas para a juventude”, explicou Tatiana. Temas como o empoderamento feminino e da juventude negra mostram que, independentemente dessa pouca fé nos políticos, não falta conscientização política da juventude; ao contrário disso, percebe-se uma crescente participação desse público. “A criminalização de manifestações públicas e a violenta repressão de movimentos sociais por parte das políticas militares dos estados é um problema grave no Brasil e precisa ser enfrentado”, completou a cientista política.

Paulistanos pedem a saída do presidente Michel Temer
Foto: Eduardo Figueiredo/Mídia Ninja


Obrigatoriedade do voto

A cientista política Christiane Buani acha que a prática do voto obrigatório depende do estágio de cada sociedade, do momento em que ele deve ser usado e para que fins. “O voto obrigatório trouxe vários questionamentos sobre a má utilização desse instrumento em comunidades carentes e analfabetas, quando integravam-se em práticas de patriarcalismo e coronelismo”, contou Christiane. Foi o aumento do debate político no âmbito da sociedade que mostrou o valor do voto e que permitiu ampliar o debate sobre as verdadeiras funções e modalidades.

A prática obrigatória não pode ser considerada um ato educativo, segundo Tatiana Ribeiral. “Para que pudesse ser considerada uma prática educativa, em minha opinião, o exercício do direito ao voto deveria ser atrelado à educação política não somente do jovem, mas de toda a população”, explicou a cientista política. Tatiana pensa que compreender as funções de cada cargo eletivo, ter noções mínimas de direitos e deveres constitucionais e um entendimento básico a cerca do funcionamento do Estado deveria ser um aprendizado massificado no país.

“O cidadão deveria saber seus direitos e deveres sem ter uma lei ou sanção aplicada a eles, pois a construção social vem dessa mobilização dos cidadãos”, explicou Christiane. Ela entende que o voto obrigatório pode ser uma prática de conscientização, ressaltando um debate político em áreas importantes da participação do cidadão em um momento definidor de como os representantes da sociedade serão. “A noção de suas responsabilidades, porém, pode em alguns momentos ter de ser reforçada com esses instrumentos”, finalizou.

Confira também a matéria do Jornal Esquina:



Por Pedro Amaral 

Ações contra crimes de ódio aumentam 800% em cinco anos no DF

Nos primeiros seis meses de 2016 os processos judiciais representam
84% do total de ações de todo o ano de 2015

Os discursos de ódios na internet podem não ofender todos os internautas, mas há a preocupação entre especialistas de que o hábito de ler e escrever frequentemente essas agressões possa impactar as relações interpessoais e deixar a sociedade mais violenta. No Distrito Federal, o número de ações judiciais relacionadas aos crimes de ódio vem aumentando exponencialmente, como mostra o levantamento do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). De 2010 para 2015, a capital federal contou com uma alta de 800% de processos – de 10 para 90.
Os dados contam as agressões do meio virtual e real. Neste ano, o montante deve inchar ainda mais as estatísticas, já que no primeiro semestre, o número de processos judiciais chegou a 76, o que representa cerca de 84% de todas as ações realizadas em 2015.
Thiago Pierobom, coordenador do Núcleo de Justiça de Direitos Humanos do MPDFT, atribui o crescimento dos números ao maior preparo das instituições especializadas no enfrentamento desses crimes. “O preconceito e a discriminação sempre existiram no Brasil. O que se difere agora é uma melhor especialização dos órgãos no combate a esses discursos. Houve um aumento das respostas dos meios de justiça, o que transmite mais credibilidade das instituições”, afirmou.
O professor Marcello Barra, do Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), disse que o crescimento do número de processos está relacionado com as discussões sobre a política, principalmente após as eleições de 2014, e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. “Há uma judicialização do ódio com o crescimento das ofensas mais agressivas. Porque se a discriminação não for grave, as pessoas não têm o trabalho de ingressar na justiça”, opinou.


Estrutura violenta

             Johnathan Razen, professor de Direito do UniCEUB Créd: Hamilton Ferrari

Johnathan Razen, professor de Direito do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), disse que o discurso de ódio é capaz de acionar uma violência que já está imbricada na sociedade contra um grupo de pessoas considerado vulnerável. “A ofensa é capaz de acionar mecanismo para que outras violências aconteçam”, afirmou.

Para entender o discurso de ódio, é necessário compreender o contexto cultural e político de um determinado país. “O Brasil não é o único país com o volume de ofensas em expansão. O discurso de ódio é uma prática que vem aumentando no mundo todo. Seja o desrespeito ao islamismo, associando-os aos atentados terroristas, seja pelos discursos racistas contra a população negra nos Estados Unidos”, exemplificou.
Razen declarou que o Brasil tem uma estrutura social extremamente violenta contra a comunidade LGBT, negros e mulheres. “O colonialismo moldou nossa sociedade, que tem uma estrutura patriarcal, heteronormativa e racista. Historicamente, esses grupos são marginalizados em nosso país”, analisou. Para o professor, alguns exemplos disso seriam a violência dos policiais contra os negros, violência doméstica contra as mulheres e violência nas ruas contra a população LGBT. “Essas violências são alimentadas por discursos de ódio”, alegou.

Postagens pregam morte e agressões


O ódio pode ultrapassar os limites nas redes sociais. Seja pelo anonimato ou por não crerem em punição, os internautas não se intimidam e publicam frases, imagens ou vídeos que incentivam até a morte de pessoas. Para alguns internautas, a “bala na cabeça” de gays resolve o problema ao curá-los. Para outros, linchar bandido é uma virtude do “melhor tipo de gente”. Os nordestinos deveriam “morar na lama” e “viver de migalhas” devido a inutilidade do povo, segundo outro agressor.

Página na internet ofende mulheres após a eliminação da seleção feminina de futebol nos Jogos Olímpicos 2016
Créd: PrintScrim 

Internauta incentiva morte da população LGBT em comentário do YouTube
Créd: PrintScrim 


A internet está lotada dessas publicações. O professor de Direito do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), Johnathan Razen, disse que a agora as pessoas fazem de maneira aberta o que antes era uma piada. “Quanto mais um grupo agredido se fortalece, mais força ganham os discursos de ódios. Existe uma relação de escalada na violência. Os agressores tentam sobrepor os argumentos com mais discursos de ódios”, pontuou.

Página no Facebook recebe mais de 5,5 mil reações positivas de postagem que enaltece o linchamento
Créd: PrintScrim 

“A sociedade pode ter maior predisposição a praticar crimes nas relações com outras pessoas com uma maior violência na internet”, comentou Pierobom. Os especialistas avaliam que não há barreiras entre o meio “on-line” e o real. E, devido a isso, a normatização da prática tende a tornar as pessoas, de um modo geral, mais violentas e agressivas.
Na opinião de Barra, a internet é uma ferramenta positiva por dar voz a todos os segmentos da sociedade. “Graças ao ambiente virtual, a população não está mais aceitando tais discriminações. Lá, as pessoas são informatizadas e conseguem ter mais conhecimento sobre os temas”, defendeu.
Para o especialista, há uma abordagem predominante na mídia de que a internet reforça tais discursos de ódio. “Com ela, houve uma explosão de pensamentos diferentes e isso se tornou público. A internet pode até tornar o ódio mais transparente, mas é irrelevante se comparado à força que deu na defesa dos direitos dos setores marginalizados”, disse Barra.


Microsoft cria site para denúncias contra crime de ódios
 Créd: Monika Flueckiger / World Economic Forum




A Microsoft está trabalhando para receber diretamente as reclamações de discursos de ódio dos internautas. Se o usuário se deparar com um comentário racista ou homofóbico, por exemplo, ele pode entrar no site que a empresa criou para denunciar o abuso. A página é semelhante ao mecanismo existente para reportar mensagens de terrorismo.  
Assim que recebe a denúncia, a empresa avalia o conteúdo que defende a violência ou promove o ódio com base na idade, incapacidade, gênero, origem nacional ou étnica, corrida, religião e orientação sexual/identidade de gênero. A Microsoft pode optar ou não por retirar os comentários da internet. A empresa faz parte da campanha da Comissão Europeia contra assédio on-line, juntamente com o Facebook, Twitter e o YouTube.


Crimes de ódio


Apesar de não existir uma legislação específica para o discurso de ódio, existem crimes relacionados. A legislação incide sobre os diferentes grupos, como por exemplo, a injúria racial ou racismo, que é hediondo. “Há uma tentativa de criar e aprovar uma lei que seja análoga ao crime de racismo para a população LGBT”, disse Razen.
As penalidades para cada crime têm diferenciações. Certamente, o racismo tem punições mais intensas, já que é inafiançável e tem efeitos mais duros. A injúria racial é passível de fiança, assim como qualquer crime de expressão que agride mulheres, nordestinos, negros e LGBTs.
Barra comentou que a intolerância predominante no Brasil é muito mais perceptível quando o assunto é cor de pele. “Sem dúvidas é um legado da escravidão, que fez parte de 400 anos de nossa história e tem papel fundamental para a disseminação do racismo. É algo que ainda está enraizado na nossa cultura”, alegou.
Alguns especialistas não acreditam que punições mais duras sejam a resposta para o  problema. Razen afirmou que as penalidades não afetam a estrutura sociocultural da sociedade brasileira. “Uma punição penal não é importante para a proteção imediata da vítima, mas há ferramentas mais civis de correções, como a própria educação”, analisou.

Confira a matéria feita para o Jornal Esquina:


Por Hamilton Ferrari






Hemocentro rejeita doação de sangue de homossexuais


Homossexuais que tiveram relações sexuais no intervalo de um ano não podem doar sangue, mesmo sem apresentar doenças


     Mais de 97 mil litros de sangue são desperdiçados devido a restrição determinada pela ANVISA. Confira a matéria completa aqui.

Por Natália Pires


Confira a reportagem no jornal impresso:








O que está por vir no mundo dos games

A realidade virtual não está mais em um futuro distante

Inovações no mercado de jogos digitais estão a todo vapor, cada vez mais os dispositivos de realidade aumentada imergem os usuários em um ambiente digitalizado e interativo. E não para por aí, atualmente é crescente o consumo de smarthphones no Brasil, e com isso aumenta também número de jogadores dos 'mobile games', os tão famosos jogos de celular.Yuri Vasconcelos, 23, é formado em jogos digitais e considera que essa categoria representa o futuro do mercado dos games.


Leia aqui a matéria completa.





Veja também a versão impressa do Jornal Esquina.




Por João Vitor Silva