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CEB estima que Taguatinga tem cerca de cinco mil “gatos”

Ligações clandestinas de energia elétrica se tornam cada vez mais comuns na cidade

A cidade de Taguatinga soma cinco mil ligações irregulares de energia elétrica (conhecidas como “gato”) de acordo com a Companhia Energética de Brasília (CEB). A cidade está entre as três com maior incidência desse problema no Distrito Federal. O curioso é que pesquisa recente da companhia de planejamento local (Codeplan) aponta que a cidade é integralmente coberta pelo serviço.


Atualmente, a cidade que tem mais casos de furto de energia elétrica é Ceilândia, com cerca de oito mil, seguida de São Sebastião, com sete mil. Taguatinga divide o terceiro lugar com Paranoá. Segundo alegação da CEB, esse tipo de prática gera uma perda de 3% de energia o que afetaria a qualidade do serviço dos consumidores regulares. A sobrecarga pode causar interrupções e curtos na rede elétrica, o que pode danificar até mesmo os aparelhos. 

      imagem: Fapeam
Crime 

A advogada e moradora de Taguatinga, Lucia Bessa, relatou que o desvio direto de energia elétrica da empresa distribuidora para o consumidor é crime e está previsto no Código Penal. “Infelizmente essa prática, conhecida vulgarmente, como 'gato', tem-se tornado frequente no DF, principalmente nos setores habitacionais irregulares”, disse. Segundo ela, alguns moradores também chegam a  adulterar o relógio ou registro de energia, para pagar menos do que efetivamente consumiram. 

A pena prevista de acordo com o artigo 155 parágrafo 3, do Código Penal, é de reclusão de 1 a 4 anos e multa. Esta pena pode ser aumentada se esse furto for qualificado, de conformidade com o artigo 155 parágrafo 4. É o caso do consumidor que viola, mediante fraude, o relógio de energia. A CEB relatou que realiza uma fiscalização contínua de combate às ligações clandestinas. Quando a prática é identificada, a companhia desfaz as ligações imediatamente. 

Acidentes                                                                              
                                                                                                                                                 imagem: IRDEB
 A CEB destacou que os “gatos” colocam em risco a segurança da população. A ligação clandestina além de ser ilegal e prejudicar os consumidores pode também causar acidentes fatais. 

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) os casos mais comuns de morte relacionadas à eletricidade são causados pelos “gatos”. A agência divulgou dados relativos aos acidentes ocorridos entre 2009 e 2013. Ao todo foram aproximadamente 6294 casos. Em fevereiro desse ano, a ANEEL criou uma campanha publicitária de massa, com o intuito de minimizar esses acidentes. Estão sendo divulgados spots de rádio, anúncios, cartilhas, cartazes, kits, entre outros.

                                                                                                                                                

Por Érica Fontoura

J. Botânico: 99% dos condomínios usam fossas


A região do Jardim Botânico, apesar de ser considerada de elevado padrão de vida, ainda não tem sistema de saneamento básico. Apenas são encontradas fossas sépticas e poços artesianos nas casas de moradores. Este fato reduziu o Índice de Oportunidade Humana (IOH) da região para “abaixo do esperado”, segundo pesquisa recente publicada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

“O serviço de saneamento de esgoto ainda não foi implantado no Jardim Botânico, porém alguns condomínios que foram regularizados possuem água fornecida pela Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb)”, afirma a Presidente da Associação Comunitária dos Condomínios da Região do Jardim Botânico (Ajab), Viviane Fidelis. Ela acrescentou que o serviço de esgoto ainda não foi implantado, uma vez que 99% dos condomínios possuem fossas sépticas.
Segundo pesquisa divulgada pela Codeplan, a região do Jardim Botânico está com o segundo IOH mais baixo (86,2) da unidade federativa Apenas quatro das 31 regiões administrativas apresentaram o índice menor que 90. O Lago Norte, que também é considerada uma área de moradores com alta renda, chamou a atenção negativamente dos pesquisadores, com o IOH de 92, também por conta da reduzida cobertura do saneamento.
Vista do Jardim Botânico
Crédito: Administração do Jardim Botânico 
Essas posições segundo a pesquisa são inferiores a regiões reconhecidamente menos favorecidas, como o Varjão, que totalizou 97,2 de IOH. Essa taxa mostra o nível de desigualdade de oportunidades por região em termos de acesso aos bens e serviços públicos.
De acordo com a presidente da Associação, o governo ainda não apresentou a eles nenhuma iniciativa para melhorar o saneamento básico no lugar. Além disso, segundo ela, os moradores apresentam diversas reclamações, pois não há uma estação de tratamento de esgoto na região.
Para trazer um sistema de saneamento organizado para o Jardim Botânico, a associação participa de reuniões junto as concessionárias (Caesb E CEB) e ainda espera a  necessária a liberação de verbas do governo para obras na região como um todo.
Resposta da Caesb
Apesar da associação não ter recebido retorno das reclamações, segundo a Caesb, existe um projeto de redes coletoras de esgotos na região do Jardim Botânico apenas nos condomínios Solar de Brasília e Villages Alvorada. Há 23 condomínios da região.

As obras estão previstas para serem executadas em duas etapas: o processo de implantação que abrangerá cerca de 35% dos lotes e o início efetivo das obras com previsão para outubro deste ano e duração de exatos três anos. O esgoto coletado por essa nova rede será tratados na estação de tratamento de São Sebastião, atualmente em operação, de acordo com a companhia.
“Essa obra deverá beneficiar cerca de 40% da população desse setor, no aspecto da coleta de esgotos”, respondeu a Caesb em nota por e-mail. Com relação ao abastecimento de água, a companhia explicou que o sistema produtor de água do Paranoá permitirá o abastecimento a partir de 2018. Atualmente, moradores da região trabalham com poços profundos.

Moradores tomam conta

Essa diminuição no índice da Codeplan pode ser explicada pela separação de administradores ocorre na área de condomínios, a área de comércio e no Jardim Botânico 3. De acordo com o secretário da Administração do Jardim Botânico 3, Luiz Rocha, a área dos condomínios é organizada pelos próprios condomínios e a área mais recente é administrada pelo governo.

Essa ideia é confirmada pela Codeplan. “Existem duas explicações para que, tanto o Jardim Botânico, quanto o Lago Norte, apresentem IOHs mais baixos: a primeira delas é que nestas regiões há uma elevada desigualdade no acesso às oportunidades analisadas”. Outro aspecto que a companhia de planejamento reforça é que devido às características da região, a cobertura tanto de água canalizada, quanto de saneamento, é mais restrita.

Ainda segundo a companhia, o resultado encontrado não quer dizer que o Jardim Botânico tem um baixo padrão de vida, mas que, para determinadas pessoas que moram na região, o acesso às oportunidades é mais restrito.

O Índice de Oportunidade Humana construído pela Codeplan considera o acesso a quatro oportunidades (eletricidade, escolaridade, água tratada e saneamento). No cálculo do índice, são consideradas as taxas de cobertura de cada um dos serviços, descontadas as desigualdades no acesso, dadas algumas características das pessoas (como cor, renda, sexo, entre outros). “Isso mostra que existem importantes desigualdades dentro de cada Região Administrativa do Distrito Federal que devem ser consideradas”, afirma a Codeplan.

Moradores

Existe uma divergência de opiniões entre os moradores sobre a qualidade do sistema de esgoto no Jardim Botânico. Enquanto para uns o sistema é muito bom, para outros é péssimo. O morador da região, Williston Souza, considera positiva a atuação do sistema.
“A água é de cisterna, é boa, não temos falta de água. Periodicamente, ocorre a limpeza. Comparado com a outros lugares onde morei, como a Candangolândia e o Riacho Fundo, o sistema do Jardim Botânico é bem melhor”, afirma.

Confira a entrevista com o morador Williston Souza

Já na casa de Geraldo Barcellos, na Estância Jardim Botânico, não existe saneamento básico, apenas um poço artesiano, que, segundo ele, tem a água tratada e clorificada de modo a garantir a sua qualidade. Ele não reclama das condições do condomínio.
Outro morador, Ricardo Quirino usa fossa como modo de esgoto na área dos condomínios. Para ele, o sistema é “péssimo”. Ele julga que isso ocorre pelas irregularidades e pela má administração.
É unânime a opinião de que o governo não trouxe nenhuma melhoria nem na região e nem na redondeza, nem mesmo o Programa de Aceleração de Crescimento Saneamento trouxe alguma contribuição. “Você não vê governo no condomínio, tudo é feito com a taxa paga pelos moradores aos condomínios”, completa Souza.

Por Thaís Betat
Foto: Administração do Jardim Botânico