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Conic - Desafio do comércio diário

A grande diversidade de público presente no Conic, oficialmente chamado de Setor de Diversões Sul, se dá pela grande diversidade das lojas existente neste centro comercial. Trata-se de um lugar onde encontramos uma excelente interação entre diferentes estilos. Dentre as  lojas convencionais presente no local, encontramos a Agittus Calçados, Styllu’s e o Café Eldorado, todas localizadas na frente do shopping, ou seja, na parte de maior visibilidade e acesso do público.
Seja no amanhecer ou na chegada da noite, compreender a heterogeneidade das pessoas  que ali circulam pode ser um exercício interessante. Muitos se entregam a correria do dia a dia que acabam não reparando nas lojas ali presentes, outros buscam por um momento de distração ao entrarem em alguns estabelecimentos.

                                            Clientes na entrada da loja Styllu's  / Foto: Rafaella Meirelles
Eva Soares, 48 anos e balconista do Café Eldorado há 18 anos, garante que em seus últimos quatro anos de serviço, o movimento diminuiu, tornado sua rotina mais tranqüila. “O maior movimento de pessoas que temos aqui é na hora do almoço e lá pelas 17 horas. Já mudamos até o horário de fechamento da loja para às 19 horas, pois ficar aqui até as 21 horas, como era anteriormente, se tornou perigoso para nós”. Por outro lado, ela conta que, apesar do baixo movimento e faturamento, sente-se grata pelo trabalho. “Nunca sofremos um assalto sequer e a segurança daqui é satisfatória. O maior problema que temos é com os mendigos que sempre rondam por aqui, mas sabemos que eles só buscam por conforto e um pouco de comida”, declarou.


            Dona Eva Soares, em mais um dia de trabalho como balconista do Café Eldorado / Rafaella Meirelles
Atualmente, o centro de diversão sul  abriga de clubes noturnos à Igreja Universal do Reino de Deus. Tem cabeleireiro especializado em cortes e adereços afro do lado de loja especializada em guaraná. Tem óticas, farmácias, fliperamas, loja de roupas, material para artesanato, lojas de artigos musicais, sedes de partidos políticos, tatuadores, dentre outras. O Conic tem de tudo. Ouça aqui a entrevista com Eva.
Freqüentador rotineiro do Conic, Seu Nelson Jozino, 89 anos, conta que o local sofre desgaste diário pelo grande número de cidadãos, diferente de quando chegou em Brasília, na década de 50. “Muitos parecem não se importar com o local, apenas passam correndo”, confessa. O aposentado também expõe que o estabelecimento aperfeiçoou a segurança, mas ainda sente que precisa de maior atenção. “Pessoas ainda sofrem com o furto. Outro dia tiraram todo o manequim de uma loja e saíram correndo”, desabafa.
                             Seu Jozino expõe sua opinião na passagem externa do Conic / Foto: Rafaella Meirelles
O comerciante Gilberto Ramalho, 34 anos, conta que trabalha vendendo picolés no Conic há 10 anos. Ele explica que apesar da diminuição do número de pessoas que têm passado pelo local ultimamente, ainda consegue ter um  bom rendimento mensal. “Atendo a todo tipo de público, seja da mãe passando com seu filho ou algum trabalhador de lojas daqui. Até mesmo aquele empresário que passa correndo, mas tem um tempinho para um picolé”, explica.
                     Gilberto Ramalho atende cordialmente todos os seus fregueses / Foto: Rafaella Meirelles
Interessado em promover maior interação com o público, o Conic abriga shows de Rap nos jardins externos. Entretanto, o gerente da loja Styllu’s há um ano, Rafael Pacheco, 27 anos, conta que se sente ameaçado com a realização desses shows e que este movimento não contribui para o seu negócio. “Graças a Deus a nossa loja ainda não foi assaltada, mas ouvi dizer que uma outras loja do Shopping foi assaltada. Vários jovens ficam rondando por aqui durante o evento, por isso, requer maior segurança”, desabafa.
                                O gerente Rafael Pacheco explica a rotina da loja Styllu's / Rafaella Meirelles
A gerente da loja Agittus Calçados, Girlene Dias, 28 anos, é direta ao dizer que faltam clientes que comprem. “De cada 10 que entram na loja apenas um compra. Muitos dizem que voltam depois, mas não voltam”, pontua. Trabalhando na loja há quase dois anos, ela explica que no caso do evento de show de Rap, muitas lojas fecharam as portas mais cedo. “Algumas lojas chegaram a fechar às 17 horas devido ao fraco movimento”.
A compradora de ouro Yara Silveira, relata que está no Conic todos os dias da semana e que o movimento de pessoas é o mais diferenciado. Quando indagada se o seu trabalho dá um bom rendimento, ela responde que sim com um olhar triste e cansado. “A gente consegue sobreviver, entretanto, busco por uma nova oportunidade. As pessoas nos vêem mais como uma fonte para conseguir o que querem. Não somos muito reconhecidos por este  trabalho”, lamenta.
                        Sob olhar triste e cansado, Yara Silveira conta como é sua rotina / Foto: Rafaella Meirelles

Por Rafaella Meirelles - Esquina Online